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Quatro Pilares Fundamentais da Homeopatia por Daniel Hoeltz

1. Similia Similibus Curentur (ou seja, Lei de Semelhantes)

É de Hipócrates o aforismo Similia Similibus Curentur que pode ser constatado no seu Corpus Hipocraticum (HIPÓCRATES, século IV a.C.).
O patrono da medicina também afirmava que “a doença não existe, o que existe são os doentes” centrando, assim o tratamento no doente e não na doença.
[...] a doença é produzida pelos semelhantes e pelos semelhantes que o produziram [...] o paciente retorna da doença à saúde. Desse modo, o que provoca a estrangúria que não existe, cura a estrangúria que existe; a tosse, como a estrangúria, é causada e curada pelo mesmo agente (HIPÓCRATES apud PUSTIGLIONE, 2000).
Ambos fundamentos hipocráticos foram adotados por Hahnemann no advento da homeopatia como podemos constatar nos parágrafos 19 e 27 do seu Organon da Arte de Curar.


§ 19 do Organon da Arte de Curar sobre o poder de curar depende do poder de fazer adoecer: "As doenças nada mais são do que alterações do estado de saúde do indivíduo expressos por sinais mórbidos e a cura só é possível pela volta ao estado de saúde. É evidente, portanto, que os medicamentos jamais poderiam curar caso não possuíssem o poder de alterar a saúde do homem, isto é, de perturbar suas sensações e funções".(HAHNEMANN, 1810).

§ 27 do Organon da Arte de Curar sobre o aforismo Similia Similibus Curentur: "Portanto, o potencial curativo das substâncias medicinais depende do fato de sua ação produzir sintomas semelhantes os da doença e ser superior em força. Desta forma, cada caso individual de doença só é destruído e curado da forma mais segura, radical, rápida e permanente com o medicamento capaz de produzir, d forma mais semelhante e completa, a totalidade dos sintomas daquela doença e que ao mesmo tempo seja um estímulo de categoria mais forte do que o que provoca a doença".(HAHNEMANN, 1810).

2. Remédio Único


Hahnemann, sob fundamentação vitalista, afirmava que toda alteração do estado de saúde devia-se a uma alteração da Força Vital que anima o homem e que mantém a harmonia de todas suas funções mentais, emocionais e orgânicas conforme podemos verificar nos parágrafos 10, 11 e 12 de seu Organon.

§ 10 do Organon da Arte de Curar sobre a função da força vital: "Sem a força vital, o organismo material é incapaz de sentir, agir ou conservar-se. Todas as sensações nascem e todas as funções vitais se realizam através do princípio vital que anima o organismo, seja no estado de saúde, seja no de doença".(HAHNEMANN, 1810).

§ 11 do Organon da Arte de Curar sobre o processo de adoecer: "Quando o indivíduo adoece, inicialmente, é apenas a força vital que sofre o desvio imposto pela influência dinâmica do agente mórbido hostil à vida . É unicamente o princípio vital perturbado que pode dotar o organismo de sensações desagradáveis e incliná-lo às manifestações irregulares que chamamos doença. Porém, como a força vital é invisível e reconhecível somente por seus efeitos no organismo, sua perturbação mórbida só pode revelar-se através de manifestações anormais das sensações e funções nas partes do corpo que são acessíveis aos sentidos do observador e do médico".(HAHNEMANN, 1810).

§ 12 do Organon da Arte de Curar sobre a causa das causas das doenças: "A única causa das doenças é a força vital afetada. Portanto, os fenômenos mórbidos acessíveis aos nossos sentidos expressam em seu conjunto toda mudança interior, isto é, o transtorno mórbido do dinamismo interno. Em poucas palavras: revelam a doença toda. Por isso, quando, devido ao tratamento, houver o desaparecimento de todos os fenômenos e alterações mórbidas das funções vitais, este fato, sem a menor dúvida, implica necessariamente no restabelecimento integral da força vital e portanto, à volta de todo o organismo ao estado de saúde".(HAHNEMANN, 1810).

Definia também que a única missão do médico era a de curar os pacientes.

§ 1 do Organon da Arte de Curar sobre a missão do médico: "A única e nobre missão do médico é curar, ato que consiste em restabelecer a saúde ao indivíduo doente". (HAHNEMANN, 1810).

Afirmava que para cumprir sua missão o homeopata deveria observar atentamente seus pacientes a fim de verificar quaisquer alterações no estado de saúde que só poderiam ser constatados a partir dos sintomas objetivos (observáveis pelo homeopata) e/ou subjetivos (descritos pelo doente). O conjunto de sintomas mórbidos representariam, por assim dizer, a doença.

§ 6 do Organon da Arte de Curar sobre a observação do doente: "Sabedor das especulações transcendentais que não são confirmadas pela experiência, o observador, sem preconceitos, deverá notar, em cada caso individual de doença, somente os desvios ou mudanças na saúde do corpo e da mente que podem ser percebidos através dos sentidos. Deverá notar somente os desvios ocorridos no estado primitivo de saúde do indivíduo, agora, doente, tanto aqueles por ele sentidos, quanto os observados pelos que o rodeiam e pelo médico. Este conjunto de sinais representa a doença por inteiro, isto é, compõe sua única e verdadeira imagem". (HAHNEMANN, 1810).

Coletando os principais sintomas do paciente, o homeopata encontraria a Totalidade Sintomática que representaria o próprio doente que deve ser curado.

§ 18 do Organon da Arte de Curar sobre a totalidade sintomática: "Para chegar-se à cura, nada existe a ser descoberto ou tem de ser levado em conta além dos sintomas e suas modalidades. Desta verdade incontestável, podemos deduzir que a única indicação e guia para eleição do remédio deve ser a soma de todos os sintomas e condições de cada caso individual de doença". (HAHNEMANN, 1810).

A partir da Totalidade Sintomática, o homeopata deveria escolher um Medicamento Único para que o doente fosse curado por similitude (em respeito ao princípio Similia Similibus Curentur).

§ 169 do Organon da Arte de Curar sobre a escolha do Simillimum: "Na escolha do melhor simillimum, pode ocorrer a dúvida entre dois medicamentos muito parecidos, mas que cobrem com mais perfeição sintomas diferentes da totalidade sintomática, sendo ambos, aparentemente, incompletos ao caso. Seguindo o princípio UNICISTA, devemos prescrever um único medicamento e acompanharmos todas as alterações antes de indicar o uso do outro, sem, em hipótese alguma, indicarmos o uso dos dois em conjunto, conforme retifica o § 273: “não é absolutamente permitido dar mais de uma substância medicamentosa diferente por vez ao doente!” (HAHNEMANN, 1810).

Esta sequência de parágrafos mostra a lógica do emprego do Remédio Único que pode ser representado no diagrama abaixo.
Figura 5 – Diagrama: Doente = Totalidade Sintomática = Remédio Único

3. Experimentação no Homem São

A partir do princípio Similia Similibus Curentur, Hahnemann catalogou o conjunto de sintomas que cada medicamento homeopático era capaz de produzir por meio da Experimentação no Homem São.

§ 20 do Organon da Arte de Curar sobre as justificativas para experimentação no homem sadio: "Não somos capazes de descobrir esta força imaterial que se encontra latente na essência íntima dos medicamentos apenas com os esforços da razão. Só pela experiência podemos observar claramente os fenômenos que ela provoca quando age sobre o organismo sadio". (HAHNEMANN, 1810).

§ 21 do Organon da Arte de Curar sobre o poder patogenético e curativo dos medicamentos desenvolvidos a partir da experimentação: "Como vimos, o princípio curativo dos medicamentos é imperceptível por si mesmo. Não há portanto, nas experimentações puras realizadas com eles nada mais passível de observação que leve a considerá-los como substâncias medicinais ou remédios do que o poder de alterar a saúde do organismo humano promovendo o aparecimento de sintomas mórbidos definidos. Desta forma, podemos deduzir que as substâncias medicinais agindo como remédios, só podem exercer suas virtudes curativas alterando a saúde do homem com a produção de sintomas peculiares. Portanto, como revelação de seu poder curativo íntimo, só podemos contar com os fenômenos mórbidos produzem em sua ação sobre o organismo são". (HAHNEMANN, 1810).

§ 106 do Organon da Arte de Curar sobre a importância do conhecimento dos efeitos patogenéticos dos medicamentos homeopáticos: "(Através da experimentação), devem ser conhecidos todos os efeitos patogenéticos dos medicamentos. Ou seja, antes de ter esperança de encontrar e eleger, entre eles, os remédios homeopáticos mais apropriados para a maior parte das doenças naturais, devemos observar todos os sintomas mórbidos e alterações da saúde que cada um deles é capaz de desenvolver no indivíduo sadio". (HAHNEMANN, 1810).

Para realizar a Experimentação no Homem São, Hahnemann selecionava experimentadores de sua confiança e saudáveis que fossem capazes de descrever os sintomas patogenéticos oriundos da experimentação de substâncias dinamizadas à 30 CH.

§ 108 do Organon da Arte de Curar sobre experimentação em indivíduos sadios: "Portanto, para averiguar os efeitos peculiares dos medicamentos, não há outra maneira possível, nem caminho mais seguro e natural do que administrar os diversos medicamentos, em doses moderadas a pessoas sadias a fim de descobrir o que, graças a sua influência individual, produzem na saúde física e mental [...] Deve-se investigar que elementos mórbidos os medicamentos são capazes ou tendem a produzir, visto que, como já foi mostrado: “toda potência curativa dos medicamentos reside unicamente no poder que eles possuem de alterar o estado de saúde do homem”. (HAHNEMANN, 1810).

§ 111 do Organon da Arte de Curar sobre o efeito patogenético (ou sintomas mórbidos) das substâncias: "As substâncias medicinais produzem no corpo humano sadio modificações patológicas segundo leis definidas e imutáveis da natureza. Em virtude destas, são capazes de produzir sintomas mórbidos seguros e dignos de confiança, cada um com sua própria individualidade [...] A concordância de minhas observações sobre os efeitos puros dos medicamentos com aquelas observações mais antigas e a coincidência destes relatos com outros do mesmo gênero feitos por outros autores, podem, facilmente, convencer-nos disto". (HAHNEMANN, 1810).

4. Dose Mínima (ou Doses Infinitesimais)

Para que os medicamentos homeopáticos perdessem os efeitos tóxicos de suas substâncias originais (matrizes) e para que a cura pudesse ser obtida de forma suave e permanente, Hahnemann desenvolveu a farmacotécnica das dinamizações que consistem no processo farmacotécnico de diluição e sucussão sucessivas.

§ 51 do Organon da Arte de Curar sobre as substâncias medicinais e a cura homeopática suave: "Esta Lei Terapêutica manifesta-se, claramente, a todo cérebro inteligente através destes fatos amplamente suficientes para demonstrá-la. Nos faz também perceber quanta vantagem tem o Homem sobre as “operações fortuitas”da rude Natureza! Para tanto, basta imaginar quantos milhares de agentes morbíficos homeopáticos dispõe o Homem nas substâncias medicinais universalmente distribuídas por toda a Criação para aliviar seus irmãos sofredores! [...] Estas substâncias contém “produtores de doenças” semelhantes a todas inumeráveis, concebíveis ou inconcebíveis doenças naturais às quais se pode prestar ajuda homeopática. São agentes morbíficos artificiais que: ao finalizar seu emprego como remédio, têm seu poder destruído pela força vital, então desaparecem espontaneamente, sem necessidade de tratamento para sua extirpação, como ocorre com a sarna; o médico pode atenuar, subdividir e potencializar quase ao infinito e; cuja dose pode ser tão diminuída que se tornam apenas ligeiramente mais fortes que a doença natural semelhante que se pretende curar [...] Neste incomparável método de cura, portanto, não há necessidade de qualquer ataque violento ao organismo para erradicação mesmo de ume doença antiga e inveterada. A cura por este método homeopático se realiza através de transição calma, imperceptível, porém rápida da doença natural que atormenta o organismo para o estado de saúde permanente desejado. (HAHNEMANN, 1810).

§ 66 do Organon da Arte de Curar sobre a ação secundária às doses mínimas: "Como podemos concluir facilmente, o organismo sadio não manifesta nenhuma reação secundária contrária à ação de agentes perturbadores [...] Uma pequena dose, certamente, produz ação primária perceptível apenas ao observador extremamente atento, mas o organismo vivo emprega contra ela somente a reação que for necessária para o restabelecimento do estado normal. (HAHNEMANN, 1810).

§ 68 do Organon da Arte de Curar sobre a suficiência das doses mínimas: "No que diz respeito às curas homeopáticas, a experiência nos ensina que as doses extraordinariamente pequenas de medicamentos, fundamentais neste método de “tratamento pele semelhança sintomática”, são suficientes para vencer e remover doenças naturais semelhantes [...] Após a destruição da doença natural, certamente, resta alguma doença medicinal no organismo. Mas, devida a extraordinária pequenez da dose ela é tão pequena e passageira que desaparece por si rapidamente [...] A força vital apenas emprega contra este distúrbio artificial da saúde a reação necessária e suficiente para levar o estado atual para o nível habitual de saúde. Isto é, usa apenas o que falta para o restabelecimento completo [...] Para alcançar o perfeito equilíbrio, após a extinção do desarranjo mórbido, ela necessita apenas de um pequeno esforço. (HAHNEMANN, 1810).

De forma suscinta, estes são os Pilares Fundamentais da Homeopatia,
Daniel Hoeltz.