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1 de jul. de 2011

Homeopatia e AIDS na África, um desafio

Homeopatia e AIDS na África, um desafio
Escrevo da Tanzânia, África. Está quente hoje, talvez 38ºC, mas a manhã estava fresca, e no Kilimanjaro havia uma nova camada de neve para decorar as suas curvas. Como de costume, não há água ou eletricidade, mas você se acostuma com isso. Na clínica, esta manhã, vimos um caso de sífilis. Não o miasma sifilítico teórico, mas uma senhora com úlceras enormes nas pernas. O cheiro das úlceras é tão podre e ofensivo que me lembrei de Kent falando dos odores mercuriais que os médicos costumavam cheirar. Eu nunca pensei que eu iria, mas aqui na África você vê de tudo: AIDS, sífilis, lepra escrófula, tuberculose... Mas deixe-me voltar ao início.
Eu me mudei para a Tanzânia em 17 de novembro de 2008. Três meses depois vieram Camilla e nossas três crianças pequenas. Este foi o início de um novo capítulo em nossa vida, nossa missão de tratar a AIDS na África com a Homeopatia clássica. Na época, não tínhamos ideia de quais os obstáculos estariam em nosso caminho. Em muitos aspectos, fomos ingênuos, mas provavelmente isso era uma coisa boa. Nossa viagem, na verdade, começou dez anos antes.
Mais importante, eu tinha tratado vários casos de AIDS e tinha visto o que a Homeopatia pode fazer. Homeopatia é particularmente eficiente na AIDS, pois estimula o sistema imunológico. Com uma estimativa de 28 milhões de pessoas na África sofrendo com a doença, minha esposa e eu sentimos que era nosso dever, assim como nosso privilégio, fazer o que pudéssemos para ajudar. Nasci na África, assim como meus pais e avós, de certo modo eu estava voltando para casa.
Meu plano inicial tinha sido me concentrar na pesquisa. Eu queria uma pesquisa ética, uma prova clara, que pudesse mostrar ao mundo o que a Homeopatia pode realizar com na AIDS. Meu colega Tina Quirk e eu passamos dez anos escrevendo protocolos, à procura de parceiros acadêmicos e fundos, mas descobrimos que há uma abundância de dinheiro para a AIDS e para a África, mas nada para a Homeopatia. Percebemos que, com ou sem oportunidades de financiamento ou de investigação, era hora de simplesmente se levantar e fazer. Assim o fizemos. Felizmente, tenho uma esposa homeopática muito corajosa.
Dois anos depois, não temos arrependimentos. Tem sido uma jornada incrível de realização, milagres, frustrações, obstáculos, política, descobertas, luta e, por fim, sucesso. Hoje, temos dez clínicas rurais. Foram tratados 1.200 doentes. Trabalho no hospital local, os pacientes estão migrando para as clínicas e solicitando mais da Homeopatia e os médicos estão perguntando sobre o que estamos fazendo. Conhecemos a AIDS africana como se conhecêssemos um bom amigo e temos nos concentrado mais nos remédios epidêmicos. Nossa taxa de sucesso é algo entre 90-95% na redução substancial dos sintomas e alívio dos efeitos colaterais.
A fama dos nossos sucessos já se espalhou por toda a parte, e os líderes das aldeias estão constantemente nos pedindo para ver as muitas PVHA (pessoas vivendo com HIV/AIDS). Médicos e hospitais estão surpresos e interessados. Quanto aos voluntários, visitas de curta duração são educativas, mas para expandir o projeto precisamos de profissionais a longo prazo, o que significa que devemos expandir a nossa infraestrutura. Isso leva à angariação de fundos e organização, as duas coisas que eu posso fazer, mas que, pessoalmente, não sou fã. Nós já iniciamos a capacitação para habitantes locais e conseguimos estudos homeopáticos em tempo integral para dois alunos.
Sempre que perguntamos a um paciente sobre os sonhos, um sorriso de satisfação e reconhecimento se espalha sobre seu rosto. "Esse médico sabe para onde olhar!". A África vive em um sonho. Suas raízes estão no mundo sombrio de mistério e magia. Ao interpretar o sonho e combinando seu entendimento com a nossa percepção da totalidade, podemos penetrar o caso e encontrar um medicamento. Atualmente, podemos mais ou menos diagnosticar se o paciente é HIV positivo ou se está tomando medicamentos anti-retrovirais simplesmente pelos sonhos.
Não se pode pretender curar a AIDS por várias razões. Primeiro, não há tal terminologia na medicina convencional, ela simplesmente não existe. Eu poderia supor que se um paciente estiver assintomático e livre de vírus por cinco anos esta seria uma prova. Enquanto nós temos dois anos de follow-ups de muitos casos e os pacientes permanecem assintomáticos durante este período, este é apenas uma evidência anedótica.
O teste padrão convencional para a AIDS é a contagem CD4, a quantidade de células imunológicas no sangue. Percebemos que este teste é um indicador bastante pobre, impreciso e, mais importante, mostra apenas a quantidade de células CD4, não a sua qualidade. Costumamos ver a contagem de CD4 cair depois de um bom remédio, mas um par de meses depois ele começa a subir e depois de 3-12 meses, em muitos casos revelam um aumento incrível na CD4. Enquanto pacientes com AIDS no ocidente fazem um teste de CD4 uma vez por mês, nas aldeias onde trabalhamos as pessoas costumam ter uma ou duas vezes por ano.
A carga viral (contagem de HIV) é outra questão. Parece responder bem e com eficiência, mas não podemos ter certeza. O teste de carga viral é muito caro, em torno de 80 dólares. Não há nenhuma maneira de hospitais e autoridades locais disponibilizarem, e por isso é feito muito raramente (no Ocidente, a maioria dos doentes com AIDS têm exames de carga viral regularmente). Dos poucos casos em que os nossos pacientes tiveram o exame de carga viral, vários tiveram um resultado surpreendente: "o vírus não detectado". Isso é bastante surpreendente e tem intrigado os médicos. A justificativa normal, porém, é que o vírus é simplesmente indetectável e se esconde na medula, cérebro ou fígado. No entanto, em longo prazo, esses resultados poderiam ser conclusivos. Eu gostaria que pudéssemos ter este tipo de exame em nossa coleta de dados, mas sem fundos para a investigação de longo prazo não há muito que podemos provar. Evidência anedótica não impressiona ninguém.
Não ter pesquisa prévia é igual a não ter financiamento, e não ter financiamento é igual a não ter pesquisa séria. Por trás disso, porém, reside a verdade mais profunda que a maioria das instituições estão com medo de associar-se com Homeopatia. Mesmo se nós tivermos recursos, nós precisaríamos solicitar a aprovação ética. Isso pode levar até dois anos e você precisa, é claro, encontrar um parceiro acadêmico. É preciso também tomar cuidado para não expor os planos muito cedo, porque os inimigos da Homeopatia tentam e conseguem evitar qualquer pesquisa.
Minha pesquisa pessoal está em encontrar um gênio epidêmico e torná-lo simples de usar, para que possamos espalhar por toda a África. Seria conveniente buscar um único remédio para a AIDS. Às vezes eu fantasio sobre isso, sobre um remédio combinado ou um único remédio da melhor escolha. Estou certo de que ele poderia ser bastante eficiente e, certamente, mais fácil de distribuir.
Nós já identificamos cerca de 20 remédios que se encaixam no gênero local da AIDS. Se funcionam em outras regiões e países ainda precisamos ver. Pretendo publicar uma lista completa dos medicamentos ainda este ano, pois me sinto confiante de que é um bom começo para o processo. Para conseguir isso eu preciso trabalhar no hospital um pouco mais, onde a quantidade, intensidade e gravidade dos casos é maior e onde temos acesso a exames.
Nossa política é de estrita não ingerência em relação à Medicina convencional. Há um perigo de parar os ARVs e o vírus sofrer mutações rapidamente, e aqui reside o problema. Não há dúvida de que a medicação anti-retroviral prolonga a vida das PVHA. Mas enquanto os pacientes no ocidente têm acesso a 15 ou mais linhas de anti-retrovirais, aqui há um máximo de dois. Uma vez que estes deixam de funcionar, e é o que ocorre, não há mais nada que possa ser feito e o resultado é o fracasso do tratamento e, provavelmente, mais mortes. Não há dúvida de que os ARVs prolongam a vida. Uma das coisas surpreendentes que descobri é quão homeopáticos eles são em sua ação. Eles podem imitar muitos dos sintomas da epidemia: dormência, fraqueza, língua negra a visão monótona, alta de apetite, febre e assim por diante.
Nós sobrevivemos com muito pouco, o suficiente para passar de mês para mês. A maior parte do nosso financiamento vem da nossa própria poupança e os homeopatas maravilhosos e pacientes que ajudam com o que podem - Obrigado, queridos amigos! No entanto, ainda não há dinheiro dos "caras grandes" e é pouco provável que venha. Um doador rico, no entanto, poderia resolver isso, já que o que é necessário não é um grande orçamento. Dinheiro para pesquisa, uma escola, infraestrutura, divulgação. Então, se você conhece alguém rico, tenha uma palavra com ele. Cada centavo aqui tem um longo caminho.
Na próxima semana Homeopatia para a saúde na África vai participar da Maratona de Kilimanjaro. Apenas a versão de cinco quilômetros. Nós temos dez pessoas em nossa equipe, todos com a nossa camiseta e muita boa vontade. Muitas vezes as pessoas me perguntam se eu já quis subir o Kili. Isso não é pra mim, é muito frio e muito alto! Mas quando eu o vejo todos os dias, lembro que temos uma grande montanha para escalar.
Que pena que os governos dos países em desenvolvimento não promovem ainda mais a Homeopatia. É o remédio perfeito para países em desenvolvimento e a medicina perfeita para AIDS: sem efeitos colaterais, barata e, sobretudo, extremamente eficiente. AIDS, no entanto, é um grande negócio na África e ninguém gosta de pessoas que se intrometem em grandes negócios. Ainda assim, estou certo de que iremos vencer. A Homeopatia vai prosperar muito tempo depois que nossos inimigos se forem. Viva a Homoeopatia!
Jeremy Sherr
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do texto em português. PDF anexado no e-mail
CLIQUE AQUI para ler a versão original do texto em inglês, publicada na edição de maio da revista online Interhomeopathy.

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